1.2. A hora está marcada
Não se sabe exatamente quando se dará esse evento escatológico, mas podemos ter a certeza de que ele se cumprirá no tempo determinado pelo Pai (At 1.7), como transcorreu em todos os outros acontecimentos proféticos. O que o cristão precisa saber é que, após o Arrebatamento, os fiéis irão com Cristo para o lugar desse julgamento, ou seja, para o tribunal do seu Senhor (2 Co 5.10).
Assim como não sabemos quando Jesus virá outra vez - o próprio Senhor comparou Sua segunda vinda à chegada de um ladrão, ou seja, ela se dará de forma inesperada (Mt 24.42-44) -, não sabemos a hora exata em que seremos julgados, só Ele sabe (Mc 13.35). Significa dizer que a vigilância é essencial ao crente.
Para não sermos surpreendidos, devemos: vigiar; orar; pregar o evangelho; ganhar almas para Jesus; e guardar o que Dele temos recebido, servindo-o com fidelidade e integridade, para que ninguém, em absoluto, tome a coroa que Ele tem para nos dar naquele dia e lugar (Ap 3.11).
1.3. Todos os cristãos comparecerão perante o tribunal de Cristo
Ao ensinar sobre o tribunal de Cristo, o apóstolo Paulo referiu-se a um julgamento pelo qual a Igreja passará - ele mesmo incluiu-se neste evento, quando disse: todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo (2 Co 5.10a).
Todos os salvos, de todos os povos, tribos e nações; de todas as épocas e nacionalidades - homens, mulheres ou crianças - estarão nesse tribunal para serem recompensados.
DE QUE MANEIRA OS FIÉIS SERVIRAM AO SENHOR PARA SEREM PREMIADOS?
Com alegria (Sl 100.2)
Com fervor (Rm 12.11)
Com humildade (At 20.19)
Com todo o coração (Js 22.5)
Com lágrimas (At 20.19)
Com temor (Dt 6.13)
Com santidade (2 Cr 30.8)
2. FINALIDADES DO TRIBUNAL DE CRISTO
Antes de estudarmos sobre as finalidades do tribunal de Cristo, precisamos estabelecer a diferença entre o julgamento que se dará diante do tribunal de Cristo (2 Co 5.10) e o julgamento que acontecerá diante do trono branco (Ap 20.11-15).
No tribunal de Cristo, o foco não é a condenação eterna, mas, como dito anteriormente, a recompensa dos salvos. Logo, esse julgamento não está relacionado à salvação, mas às obras de cada crente, salvo.
O crente recebe a salvação, com direito à vida eterna, no momento em que se encontra com Cristo, arrepende-se dos seus pecados e, pela fé, recebe-o como Salvador. Neste momento especial, ocorre o novo nascimento (Jo 3.36), ou seja, a salvação acontece agora, pela graça, mediante a fé (Jo 6.47; Ef 2.8,9).
Quanto ao galardão, é algo que ocorrerá no futuro, precisamente diante desse tribunal (Rm 3.8). Nessa ocasião, as obras dos fiéis serão julgadas (1 Jo 4.17). Apesar de ninguém ser salvo pelas obras praticadas (Ef 2.9), seremos devidamente recompensados por elas (Cl 3.24).
No trono branco que ocorrerá após o Milênio, em contrapartida, se dará o Juízo Final. Ali, os pecadores serão sumariamente condenados (Ap 20.11-15).
2.1. Julgar as obras
Pessoas não serão julgadas diante do tribunal de Cristo: nem os santos, nem os ímpios. Nesse tribunal, os pecadores ímpios não estarão presentes, apenas a Igreja.
O primeiro objetivo desse tribunal será julgar todas as obras praticadas pelos salvos, durante sua peregrinação na terra: o que fizeram; como fizeram; suas intenções, motivações e propósitos.
As obras serão submetidas a julgamento, para fins de concessão de galardões ou recompensas pelo trabalho prestado ao Senhor.
2.2. Recompensar os fiéis
A segunda finalidade do tribunal de Cristo será homenagear, honrar, recompensar, gratificar e galardoar todos os que tomaram sua cruz e carregaram-na por onde estiveram; todos os que receberam a semente, deixaram seus lares, sua zona de conforto, e saíram pelas cidades, vilas, aldeias e caminhos inóspitos, semeando a semente das boas-novas de Deus aos homens (Sl 126.6); todos os que ajudaram o pobre, socorreram os necessitados, levantaram os caídos, restauraram o caráter e edificaram o Corpo de Cristo; enfim, todos os que foram fiéis e trabalharam incansavelmente na obra do Senhor (Sl 41.1-3).
3. JESUS VIRÁ COM RECOMPENSAS E GALARDÕES PARA OS FIÉIS
E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras (Ap 22.12). O tribunal de Cristo será revestido de glória indescritível, pois o Senhor Jesus estará presente; visível, acessível, poderoso! Ele não enviará um anjo, nem um querubim, nem um serafim, nem um arcanjo. Ele disse: virei outra vez e vos levarei para mim mesmo (Jo 14.3), e Paulo confirmou: o mesmo Senhor descerá do céu (1 Ts 4.16).
E o Senhor Jesus não virá com as mãos vazias. Aquelas benditas, santas e poderosas mãos que curaram os enfermos (Mc 1.41), levantaram os caídos, ressuscitaram os mortos (Lc 7.14), receberam os pequeninos, fortaleceram os discípulos, partiram o pão e alimentaram milhões (Jo 6.11); aquelas mãos que não rejeitaram o madeiro, nem se esquivaram da maldição da cruz (Jo 19.71), mas, antes, entregaram-se voluntariamente ao furor dos cravos, salvando milhões de seres humanos (Zc 13.6); essas mesmas mãos coroarão o fiel que trabalhou, fez o bem, exaltou e glorificou o Senhor (2 Tm 4.8). Enquanto as mãos de Jesus estiverem colocando o galardão sobre a cabeça do fiel, os céus irromperão em glórias, louvores e adoração a Deus (Sl 95.6).
3.1. Coroas para os salvos
O Rei dos reis e Senhor dos senhores, que recebeu uma coroa de espinhos por escárnio (Jo 19.2), agora, no tribunal, com muitos diademas sobre Sua cabeça (Ap 19.12), procederá à entrega dos prêmios e galardões, coroando pessoalmente todos os crentes fiéis.
Eis as principais coroas dos salvos:
• a coroa da vida para aqueles que viveram como mártir (Tg 1.12);
• a coroa da glória para os pastores fiéis (1 Pe 5.4);
• a coroa da justiça para os que amaram a vinda do Senhor (2 Tm 4.7,8);
• a coroa da alegria para os ganhadores de almas (1 Ts 2.19,20);
• a coroa da incorruptibilidade para o autodomínio (1 Co 9.25-27).